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domingo, 28 de novembro de 2010

Fim de semana no cinema! - Sábado (Filme #1)

"Demônio"


"Devil"
EUA , 2010 - 85 min.
Terror/Suspense
Direção:
John Erick Dowdle
Roteiro:
Brian Nelson
Argumento:
M. Night Shyamalan
Sério, não sei qual é a birra da indústria com M. Nigth Shyamalan, realizador de "O Sexto Sentido", "Sinais", "Corpo Fechado" (uma obra prima) e outros aí. O cara é um ótimo diretor e (de longe) o melhor roteirista de filmes de terror. Talvez até o único que preste, em atividade.

Tudo bem, "O último mestre dos ares" e "Fim dos Tempos", suas obras mais recentes, não são lá tão bons, mas também são melhores que muita coisa que se vê por aí, e seus outros filmes merecem destaque pelo alto nível de qualidade das produções (com destaque para o roteiro). Ele não merece o esculacho que vem recebendo da crítica, de forma alguma. Injustiça total com um grande cineasta de nosso tempo.

Talvez por isso, Shyamalan deve ter planejado não manchar sua obra, a primeira de três, pelo seu nome sujo (sem razão) e deixá-la ganhar vida nas mãos de terceiros (o diretor e o roteirista são bem desconhecidos). Mas não se enganem: esse é, sim, um filme de Shyamalan. E um muito bom, como eu não via desde "Sinais"!

O agoniante filme, com uma produção simples e usando atores de pouca fama, sobre cinco estranhos presos em um elevador durante bizarros eventos que vão revelando que talvez um dos ocupantes seja, de fato, o demônio, é conduzida com maestria e consegue ser extremamente assustador e tenso, muito mais do que um "Jogos Mortais" consegue hoje em dia, e isso se valendo mais de um roteiro inteligente e complexo, e de uma direção imprevisível, do que do simples derramamento de sangue usuais.

Mesmo só assinando a história e a produção, é óbvio o estilo de Shyamalan, tanto no roteiro, como na direção, quase como se ele estivesse usando o diretor e o roteirista como disfarce. A câmera virando de cabeça para baixo (sério, a visão panorâmica de Nova Iorque de cabeça para baixo, na abertura do filme, é sensacional), as diversas subjetivas, os movimentos e enquadramentos inusitados tradicionais do cineasta estão todos lá, reproduzidos pelo desconhecido Dowdle. E a história, com sua tensão, reviravoltas (realmente) surpreendentes, as pistas que vão sendo liberadas sobre a "verdadeira conclusão", que sempre pega de surpresa mesmo o mais ligado espectador, a lição de moral que sempre fecha o círculo narrativo ao final (os filmes dele têm sempre uma mensagem), todos esses elementos que Shyamalan imprime em suas obras também estão presentes.

A soma desses fatores, como não poderia deixar de ser, faz desse um excelente filme de terror, super original, que se destaca entre tantas coisas comuns que vemos, e merecia muito mais reconhecimento do que teve. Ou seja: um filme de Shyamalan, que deveria ser, sim, um símbolo de qualidade. Nota: 9,0

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