Postagens populares

domingo, 28 de novembro de 2010

Fim de semana no cinema! - Sábado (Filme #3)

"A Rede Social"


"The Social Network"
EUA, 2010 - 121 min.
Drama
Direção:
David Fincher
Roteiro:
Aaron Sorkin
Elenco:
Jesse Eisenberg, Andrew Garfield e Justin Timberlake
Se o meu dia no cinema já estava bom, a pré-estréia de "A Rede Social" o deixou ainda melhor, fechando meu sábado com chave de outro. E quando eu digo "ouro", quero dizer realmente pérola. O filme é uma obra de luxo, um dos melhores do ano, que eu vejo levando para casa o Oscar de Melhor Filme sem muita dificuldade.

Em teoria, eu teria muito o que falar do filme. Mas, mais que tudo, é um filme simples e empolgante, super denso, no entanto, no estilo mais clássico de Cinema. Por isso, pra não deixar algo muito descritivo, detalhado e lento, vou (tentar) deixar essa crítica mais "empolgativa" que técnica.

O filme, que mostra como Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg, feito para esse personagem) e o brasileiro Eduardo Zaverin (Andrew Garfield, o próximo Homem-Aranha, já mostrando seu talento), dois estudantes nerds socialmente desajustados de Harvard, criaram o Facebook, em uma história de sexo, intrigas, traição e processos milionários, é primoroso.

Se a história parece simples (e é), o que faz ela ser digna de ser vista é mesmo a execução de David Fincher, um dos melhores diretores americanos na atualidade, e pelo roteirista Aaron Sorkin, de quem, na minha opinião, saem os melhores roteiros (e, especialmente, diálogos) que eu já vi (tanto que é o único roteirista que é mencionado em propagandas e trailers de filmes).

Fugindo do seu estilo violento, Fincher continua fazendo bonito, conduzindo um filme que te prende do início ao fim, sem "encheção" de linguiça alguma (é sério), com uma direção bem dinâmica (para uma história sem grandes eventos), que se destaca pela montagem de uma narrativa não-linear, que se passa em três momentos diferentes alternados (Zuckerberg e Zaverin em Harvard, e todo o processo de criação do Facebook; processo de Zaverin contra Zuckerberg; e outro processo, envolvendo a criação da rede, contra Zuckerberg), bem coesa, e que dá o movimento e o tom do filme. Vale também destacar a cena da competição de remo, belíssima, e que mais enaltece a direção de Fincher.

Do roteiro, é até difícil de falar, de tão rico que é o trabalho de Sorkin. Ele utiliza todo seu estilo e talento para dar vida a uma história sem grandes acontecimentos épicos, criando uma narrativa rica focada em um personagem intrigante, hora brilhante, ora desprezível, mas humano, da figura de Zuckerberg. Diferente de outros filmes biópicos, não é apenas pela visão dele que entendemos o personagem, mas sim a partir do mundo ao seu redor, das relações dele com os outras figuras, tão interessantes e bem escritas (especialmente Zaverin e Sean Parker, interpretado por Justin Timberlake) como o próprio, que vão definindo e moldando-o.

Recheado de ironias, diálogos inteligentes e rápidos (sua marca registrada), o roteiro cria, mesmo, uma narrativa em cima da vida real, bem humorada e lotada de referências culturais, focando o enredo não na cronologia de acontecimentos e no peso histórico deles (como fazem a maioria das biografias), mas sim na carga dramática que eles acarretam, no teor humano e emocional da jornada de Zuckerberg, o criador da maior rede de relacionamentos do mundo, que possuía apenas um amigo. Acaba que os fatos viram apenas meios para se atingir o contexto por trás deles, desde a relação (complexa) de Zuckerberg e Zaverin até a fome de Zuckerberg em se tornar relevante dentro da sociedade.

Mas como "uma imagem vale mais que mil palavras", e o filme tem muito de ambos, vão assistir "A Rede Social", porque me faltam palavras para descrever essa obra prima. Melhor filme do ano depois de "A Origem". Nota: 10!

Nenhum comentário: